terça-feira, 27 de julho de 2010

Minha arte



Sempre preciso me expressar de alguma forma.
Seja falando, escrevendo ou dançando.
Sem eloquência de um bom orador
Ou carisma de um exímio comunicador.
Não tenho palavras bonitas e até gaguejo.
Meus versos são fracos e efêmeros
Sem poesia e vida, devaneio de uma alma louca...
Passam como a relva, não dê atenção!
Danço aos passos da vida e ao som de meu destino
Movimentos esdrúxulos e sem cadência
Minha arte é barata e venal.
Preciso me expressar...
T.S.C.

domingo, 25 de julho de 2010

Diálogo

Doce como um sussurro, impetuoso como uma tempestade
Depende do momento em que você me vê.
Intenso no amor e na vida, vivo cada dia com paixão.
Meu tempo é o já, não sei esperar
Quando quero, é por inteiro sem reservas.
Se amo, não é pela metade, sou devotado à pessoa amada
Gosto de ser cuidado, quero ser livre.
Fera sou, contido em mim apenas
Se me acaricias... derreto-me e desarmado
Sou cativo dos desejos de quem eu amo.
Vivo do momento e no tempo do espaço que é meu
Nem santo ou profano. Pecador!
Vejo-me, reconheço-me, desconheço e surpreendo-me
Amo-me e detesto-me com a mesma intensidade.
Quero tudo mais o nada me basta
Amo o belo e o feio, tudo é necessário.
Forasteiro, não tenho pouso certo, sou daqui e dali
Medos, temores, dores e saudades
Pintam os quadros de minha sala.
Claro e límpido, não sei jogar ou representar
Sou o quê você vê.

domingo, 30 de maio de 2010

Noite


Tudo escuro e sem luz
Figuras e fantasmas me assombraram
O vento que passa não incomoda mais
Já ventou tantas outras vezes...
A ausência do ser que já não é
É pura sombra de um sonho
A noite tem encantos... sou dela
No fim tudo é noite, a vida que passa
O amor que esmorece...
A beleza que se desvanece
A juventude que entardece
E o dia que por fim anoitece.
by T.S.C

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Palavras...


As palavras me encantam... quando ouço uma frase
Fico a pensar nas conexões e entrelaços que elas fazem
Todas bem ajustadas criam sonhos, despertam paixões
Transporta-nos para reinos e mundos desconhecidos
Traz-nos aconchego, refrigério e bálsamo
Excita-nos, ai... palavras ditas ao pé do ouvido
Entre sussurros e gemidos com ar quente e suor
Como corpos a se amar as palavras se encontram
Quero suas palavras durante a noite
Em meu quarto em cima de minha cama
Enquanto você me ama, mas que não sejam
Só palavras ditas ao vento mais que durem
Por todo o tempo... em que os teus sons
Forem meus e eu teu
Quero a tua boca em minha boca
Criando palavras antes nunca ditas
Nessa louca escrita ser tua inspiração
Tendo meu corpo como o seu papel
Palavras nunca ditas
Você e eu na escrivaninha.
by T.S.C

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Canção

Seus olhos cantam uma doce canção
Que eu não posso deixar de ouvir.
Belo espetáculo é o sorriso de seus lábios
Esses que eu tanto quero, em noites
Noites insones chamo por ti.
Mas não ouves a minha canção
E meu chamado recusas.
Sigo sem ter as melodias que te compõem
Acordes e notas que são tão tuas e
Que eu queria que fossem minhas.
Canto-te em versos e prosa
No escrito de letras douradas
Do sonho que sonhei e deixei.
As flores que plantei no jardim
Exalam o perfume só para ti.
T.S.C.

domingo, 1 de novembro de 2009

Memórias



Meu caminho se faz só
meu sol se pôs.
Será se voltará a nascer?
Encontro-me na terra dos anjos
de asas quebradas.
Quedo-me aqui, busco forças...
Quem sabe volto a voar!
Será que terei força para
enfrentar com dignidade meu destino?
Sabendo que são minhas escolhas.
Que me trouxeram aqui, fontes secas.
Casa de dores, sombras e desilusões.
Espelhos me mostram como sou
despido e exposto, não há mais cascas.
É a memória de um anjo imperfeito.


Memórias II



À noite sai, voei para cá
sem saber aonde chegaria e se chegaria.
Quis ir embora, já é tarde.
Envolvi-me mais do que podia.
Sigo rumo ao monte, vejo os que jazem
fonte seca levanto-me e sigo, só sigo.
É a memória de um anjo imperfeito.